domingo, 24 de janeiro de 2010

Água ,Água e mais Água


olá




Este ano tivemos inverno a valer. Dos de antigamente... dizem os mais velhos.

Na verdade choveu que se fartou, a ribeira do Freixo, encheu como há muitos anos não enchia, proporcionando a lavagem das tripas da matança do porco, que mais tarde darão os espectaculares enchidos...

Mas não é da matança do porco que hoje quero falar, mas sim das condições em que se encontra esta linha de água.

Pese embora nos ultimos anos não ter chovido esta ribeira como muitas mais não tem tido qualquer tipo de intervenção, e encontram-se em tal estado de abandono que quando chove como este ano saem para fora do seu leito e alagam terras e caminhos.

Não sei quem são as entidades competentes, o que sei é que é necessário limpar e conservar o leito e margem desta ribeira, ribeira que nasce na encosta da serra e passa pelo Freixo, na área do Ecomuseu de Redondo e que daria um lindo percurso pedestre se fossem criadas condições para tal.

Talvez o Municipio e o Ecomuseu de Redondo "que se fala vir a ser concessionado" tenham uma palavra a dizer nesta materia...

Nós por cá ficamos a aguardar!

domingo, 10 de janeiro de 2010

CANTAR OS REIS


Era quase meia noite, quando um grupo de gaiatos, rapazes e raparigas e homens e mulheres se aproximaram da minha porta, e só um bateu e disse: "Oh Patrão pode-se cantar os reis ou não?...Pode ou não?...".Assim se dá continuação ao cantar dos reis.

Não confundo dar continuação, com retomar a tradição, pois hoje nada é como dantes!...

Os tempos são diferentes, os objectivos do cante outros, a forma de receber outra, os donativos diferentes, portanto posso dizer que a tradição já não é o que era.


Longe vão os tempos em que os pequenos grupos cantavam á porta das familias mais abastadas, por necessidade, na procura de uma esmola avultada, percorrendo os caminhos lamacentos de monte em monte toda a noite."Dizem os mais velhos que a esmola maior era a do Monte do Paço, e que quando o grupo era maior se dividiam em dois, para obter melhores resultados"

Carne nova de porco "chouriço, farinheiras e cacholeiras" frutas e frutos secos, pão, vinho e aguardente eram as esmolas de que ainda tenho memoria, e claro um bagacito á porta.


Hoje como disse atraz, tudo é diferente. As pessoas recebem os cantadores em casa com a mesa posta e já é quase um concurso da melhor mesa da noite, e as esmolas salvo raras excepções, foram transformadas em dinheiro.


Da tradição digo que ficou a letra e a forma de cantar, tudo o resto se tranformou, porque o Mundo e as pessoas se transformaram. Contudo tendo uma visão critica do assunto, não posso deixar de apoiar este grupo, e de continuar a ser um entusiasta cantador de reis (este ano não por questões de saude) pela minha aldeia, e de pensar que é necessário ir integrando os mais novos todos os anos.




domingo, 3 de janeiro de 2010

CAÇA UM RECURSO QUASE PERDIDO


lembro-me dos tempos em que a caça era um desporto praticado por quase todos os habitantes do sexo masculino da aldeia, e de como esta abundava por estas bandas.

lembro-me que todo o terreno era livre, a caça era praticada todos os dia e havia especies de caça a pontapé. Lembro-me da festança que era ir á caça!!!

lembro-me que a seguir apareceram os coutos particulares, depois as reservas do estado, depois tudo livre e hoje todo o terreno ordenado.
Não posso dizer, nem quero que o desaparecimento da caça se deva a esta evolução do ordenamento e gestão da caça.
Não quero dizer nem posso que o desparecimento da caça se deva ao abandono quase total das terras araveis e cultivaveis.
Não quero nem posso dizer que tal se deva á incrementação de pesticidas.
Não posso dizer que a causa sejam uns inergumenos que caçam de noite, matam e afugentam as espécies e que são apelidados de caçadores furtivos, que as autoridades não sabem ou fingem não saber quem são, e que se passeiam tranquilamente pelos campos de noite.

Não sei se serão todos estes factores em conjunto que contribuem para o quase desaparecimento das nossas especies cinegeticas, o que sei é que é urgente que proprietarios, gestores, caçadores e autoridades se envolvam todos conjuntamente na preservação das especies sedentarias da nossa região, olhando para elas como um meio economico, desportivo e de desenvolvimento regional, se tal não acontecer rapidamente, corremos o risco de só podermos mostrar as espécies aos nossos netos em fotografias.

Não é impossivel, basta haver senssibilidade e querer!!!